Estamos no meio de um processo de transformação societal de dimensões gigantescas, e só através de políticas activas de dinamização da inteligência colectiva, seremos capazes de lidar melhor com a incerteza resultante de todos os emergentes (novas tecnologias, novas metodologias, novos ideiais, ...) .
Se nada fizermos para promover a noção colectiva de inteligência, não tenho dúvida que a sociedade de informação será fortemente exclusiva, e as consequências serão dramáticas para o ser humano e todas as sociedades por si desenvolvidas.
Não basta lançar buzzwords, mas é claro que é muitas vezes através delas que as pessoas se predispõe a reflectir sobre novas formas de compreensão da situação actual, e se projectam em cenários de realização futura.
Cabe dizer que a sociedade da informação, não vale a pena negá-lo, é uma sociedade exigente, em matéria de utilização da ferramenta mais importante do homo-sapiens : o cérebro.
A vida e o trabalho do século XXI apresentam-se como um paradoxo aparente : uma vida cada vez mais conduzida por actividades de consumo e um trabalho que exige cada vez mais do cérebro, ou seja o homo sapiens sujeito a um número de comutações entre o lado esquerdo (racional) e o lado direito (sentimental) para a qual os actuais sistemas de educação e formação não preparam os cidadãos.
Efectivamente a praxis produtiva actual de Inovação Rotinizada e Obsolescência Tecnológica rapida desenvolve um novo paradigma : de uma sociedade estáctica e de componentes previsíveis para uma sociedade altamente dinâmica a viver permanentemente em versão Beta.
Mas como participar ? Como desenvolver uma Arquitectura de Participação ?
A Rede : da utilização à utilidade
Para efeitos de disseminação de conceitos e práticas da actual sociedade da informação é preciso conhecer os trade-offs que conduzem aos novos processos de acumulação e consequente distribuição da riqueza.
A este propósito, vale a pena recordar aqui de forma tabular alguns «saltos» que paulatinamente vêm a determinar o momento actual e o futuro da Rede, e recuperar a dicotomia modernismo vs pós-modernismo que normalmente ajuda a acumular conhecimento sobre os processos de transformação e a perceber os novos paradigmas .
Modernismo | Pós - Modernismo |
Form (Closed) | Antiform (Open) |
Purpose | Play |
Design | Chance |
Hierarchy | Anarchy |
Finished | Process / Performance / Happening |
Distance | Participation |
Genre | Intertextuality |
Selection | Combination |
Lisible (readerly) | Scriptable (wtiterly) |
Determinacy | Indeterminacy |
Etc. | Etc. |
Francisco Pires
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